Marcapassos Cardíacos
I. Introdução
Os marcapassos cardíacos são dispositivos
compostos de um circuito elétrico conectado a um eletrodo (sistema de
estimulação cardíaca), alimentado por uma bateria. São capazes de gerar
estímulos elétricos e provocar contração do coração.
São
usados no tratamento de taquicardias e bradicardias.
Atualmente são pequenos e compactos,
pesando em média 24g. Hoje em dia podem ser implantados no compartimento
subcutâneo com anestesia local, em condições ambulatoriais.
I. Tipos
de Marcapassos
Os marcapassos cardíacos podem ser
temporários ou definitivos, uni ou bicamerais, uni ou bipolares.
São chamados de assíncronos quando seu
funcionamento é independente dos estímulos cardíacos, ou de demanda (síncronos)
quando funcionam sincronizados com o coração, operando no modo inibido (quando
os estímulos cardíacos inibem a atividade do marcapasso) ou deflagrado (quando
o marcapasso deforma o estímulo cardíaco captado).
Podem ser dotados ou não de sensores
para resposta de freqüência. Alguns dispositivos modulados permitem a variação
da freqüência de acordo com a necessidade corporal
Para
determinar o modo de operação do gerador existe um código letras:
-1ª
letra: indica a câmara que o gerador estimula
-2ª
letra: câmara que o gerador percebe
-3ª
letra: modo de operar
-quando
presente a 4ª indica a programabilidade e a 5ª a função antitaquicardica
Portanto
os mais comuns são:
-atrial assíncrono (AOO): estimula o
átrio
-atrial de demanda (AAI, AAT):
estimula e capta o átrio, no modo inibido ou deflagrado.
-ventricular de demanda (VVI, VVT):
estimula e capta o ventrículo, no modo inibido ou deflagrado.
-atrial síncrono (VAT): estimula o
ventrículo e capta o átrio, modo deflagrado.
-atrial síncrono e ventricular
inibido (VDD): estimula o ventrículo, capta o átrio e o ventrículo, podendo
funcionar no modo inibido ou deflagrado.
-atrio ventricular seqüencial (DVI):
estimula o átrio e o ventrículo, capta o ventrículo, funciona no modo inibido
ou deflagrado.
-seqüencial ótimo (DDD): capaz de
estimular e capta o átrio e o ventrículo, podendo funcionar no modo inibido ou deflagrado.
II. Indicações
Fig. 1 ECG normal
1)
Estimulação cardíaca temporária: empregado em
pacientes com sintomas agudos e pacientes que aguardam implante de marcapasso
definitivo
· Bradiarritmias sinusais: IAM de
parede inferior, raros casos.
Fig.
2 Bradiarritmia sinusal
· Bloqueios atrioventriculares:
terapêutica (claudicação cerebral, baixo débito) ou profilática (IAM s/
sintomas)
Fig. 3 Bloqueio atrioventricular de 1º grau
Fig. 4 Bloqueio atrioventricular de 2º grau
Fig.
5 Bloqueio atrioventricular de 3º grau, com falência do sistema de escape
· Bloqueio de ramo: durante a fase
aguda do IAM parede ant., Outras etiologias não indicam
Fig.
6 Bloqueio de ramo direito
2)Estimulação
cardíaca definitiva: bradicardia sintomática intermitente ou definitiva
· Bradiarritmia sinusal: Sd. do seio
carotídeo hipersensível, disfunção do automatismo do nodo sinoatrial, bloqueios
sinoatriais e Sd. de braditaquicardia (ver fig. 2)
· Bloqueio atrioventricular: 2º grau
tipo II, 3º grau e congênito (quando houver sintomatologia, ver fig. 4 e 5)
·
Cardiomiopatia
hipertrófica: pode reduzir a hipertrofia
·
Sd.
QT longo: usa-se para aumentar a FC
· Taquiarritmias: praticamente fora de
uso, porém nas arritmias taquiventriculares malignas pode-se associar a
cardioversão int.
Fig. 7 Taquicardia ventricular
·
Tipo
mais adequado:
-Disfunções
do nodo Sinusal: obrigatoriamente deverá ser do tipo de demanda atrial (AAI ou
AAT), qdo paciente ainda poderá desenvolver ativ. física usa-se a resp. de
freq.
-Bloqueios Atrioventriculares: VVI,
VVIR, VVT ou VOO resolvem praticamente todos os casos.
IV) Complicações: Podem ser
decorrentes do processo cirúrgico ou do funcionamento do sistema
1)cirúrgico: hematoma, infecção e
posicionamento incorreto do eletrodo.
2)tardio:
-
falha da estimulação
-alteração
na percepção
-interferências externas (RNM,
terapia com eletrocautério e aparelhos de ondas curtas).